A instituição alertou para a possibilidade de uma correção acentuada nos preços das ações, impulsionada por avaliações excessivas e pela concentração no setor tecnológico. No seu mais recente Relatório de Estabilidade Financeira, o BCE destacou que “os mercados de ações globais atingiram novos máximos históricos” e são vulneráveis a “ajustamentos bruscos de preços devido a avaliações persistentemente altas e ao aumento da concentração do mercado de ações”.
A principal preocupação centra-se no setor tecnológico, especialmente nas empresas ligadas à Inteligência Artificial (IA), onde o otimismo pode estar a inflacionar os preços para níveis insustentáveis. Luis de Guindos, vice-presidente do BCE, alertou que “o sentimento de mercado pode mudar abruptamente... se os resultados do setor tecnológico — especialmente das empresas associadas à inteligência artificial — não corresponderem às expectativas”. O relatório salienta ainda o risco da concentração de mercado sem precedentes nas sete maiores empresas tecnológicas dos EUA (as “Magnificent 7”), cuja valorização de 58% desde abril contrasta com os 24% do resto do S&P 500, tornando os mercados globais excessivamente expostos a choques nestas poucas empresas. O BCE identificou outras vulnerabilidades, como os desafios orçamentais em economias avançadas e a exposição dos bancos da Zona Euro a empresas sensíveis a tarifas comerciais, pintando um quadro de risco sistémico que contrasta com a euforia atual dos investidores.














