A Reserva Federal dos EUA (Fed) foi um dos principais protagonistas dos mercados financeiros, ao confirmar na quarta-feira um novo corte de 25 pontos base nas taxas de juro, o terceiro consecutivo. A decisão foi complementada pelo anúncio de um novo programa de estímulo monetário, que influenciou positivamente o sentimento dos investidores a nível global. Além do corte de juros, que já era amplamente esperado pelos analistas, a Fed surpreendeu ao anunciar o lançamento de um programa de compra de títulos de dívida de curto prazo no valor de 40 mil milhões de dólares por mês, com início já em dezembro.
Segundo o analista Ramiro Loureiro, esta medida foi um dos “ventos favoráveis” que motivaram os ganhos nas bolsas europeias.
O tom do presidente da Fed, Jerome Powell, foi considerado “mais moderado do que o esperado”, e a comunicação do banco central indicou uma mudança de critério para futuras decisões, passando a depender mais das “condições económicas do que na inflação, que aparentemente está controlada”. Esta postura mais acomodatícia foi recebida com otimismo, animando Wall Street na sessão de quarta-feira e servindo de catalisador para as praças europeias na quinta-feira.
Embora o impacto positivo tenha sido parcialmente ofuscado em Nova Iorque pelas preocupações com o setor tecnológico, a política da Fed estabeleceu uma base de apoio fundamental para os mercados, sinalizando a intenção de sustentar a economia perante eventuais abrandamentos.
Em resumoA decisão da Fed de cortar os juros e iniciar um programa de compra de dívida foi um fator macroeconómico crucial que sustentou o otimismo nos mercados. Ao sinalizar que futuros cortes dependerão mais das condições económicas gerais do que da inflação, a Fed proporcionou um alívio aos investidores, contribuindo para os ganhos na Europa e nos índices não tecnológicos dos EUA.