Os investidores mostraram-se cada vez mais céticos em relação às elevadas valorizações das empresas ligadas à Inteligência Artificial (IA).
A sessão foi marcada por um sentimento de aversão ao risco, particularmente concentrado nas ações de tecnologia que têm liderado os ganhos do mercado nos últimos dois anos. O Nasdaq Composite foi o mais penalizado, com uma queda de 1,81%, enquanto o S&P 500 recuou 1,16%, atingindo ambos mínimos de três semanas. O Dow Jones Industrial Average registou uma perda mais contida de 0,47%. A causa principal para esta liquidação foi o crescente receio de que o entusiasmo em torno da IA tenha criado uma bolha de valorização insustentável.
Analistas como Art Hogan, da B. Riley Wealth Management, notam que "os investidores começam a ser mais seletivos e a interessar-se aos ganhadores potenciais" da corrida à IA, sugerindo um amadurecimento do mercado. Este movimento não significa "que nos aproximemos do fim do desenvolvimento da IA", mas sim que "os investidores apenas estão a mostrar mais discernimento".
A correção foi generalizada, afetando gigantes como a Nvidia (-3,81%), Alphabet (-3,21%) e Intel (-3,38%).
O pessimismo foi exacerbado por notícias específicas, como as que envolveram a Oracle, que levantaram dúvidas sobre a rentabilidade a curto prazo dos massivos investimentos necessários para o desenvolvimento de infraestruturas de IA. Como resumiu Jose Torres, da Interactive Brokers, "a forte baixa das ações tecnológicas pesa sobre os índices bolsistas", refletindo uma mudança de paradigma onde o mercado exige agora provas mais concretas de retorno sobre o investimento, para além do potencial futuro.














