A centralização na ANACOM visa garantir uma maior eficácia na aplicação das novas regras e facilitar a interação entre as diferentes entidades envolvidas na regulação do espaço digital.

O Governo aprovou em Conselho de Ministros uma proposta de lei que visa assegurar a execução do Regulamento dos Serviços Digitais da União Europeia (Regulamento (UE) 2022/2065), estabelecendo um novo quadro legal para combater a difusão de conteúdos ilegais na internet. O diploma define deveres comuns para os prestadores de serviços digitais e centraliza a supervisão numa única entidade para evitar a fragmentação de competências. A Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) foi designada como a autoridade competente para os serviços digitais em Portugal. A proposta de lei concretiza os poderes de fiscalização da ANACOM e define o modelo de cooperação desta entidade com as autoridades judiciárias e outras entidades administrativas. O objetivo é criar um mecanismo mais robusto e simplificado para a identificação e combate à disseminação de conteúdos ilícitos, alinhando a legislação nacional com as diretrizes europeias para um mercado único de serviços digitais.
A centralização na ANACOM visa garantir uma maior eficácia na aplicação das novas regras e facilitar a interação entre as diferentes entidades envolvidas na regulação do espaço digital.
O Livre lamentou a posição do Governos nos últimos dias, ainda antes de ser conhecida esta decisão, "de irredutibilidade nesta matéria, em claro atropelo quer do processo legislativo normal quer do Estado de Direito".
Mariana Leitão considerou que este diploma "é urgente para o país e podia estar agora aprovada, mas o Governo não teve competência para tal".
O PCP considerou hoje que o chumbo da lei dos estrangeiros pelo Tribunal Constitucional confirma "violações de preceitos constitucionais" e o seu regresso ao parlamento é "uma renovada oportunidade para acolher o contributo de especialistas".
Fabian Figueiredo argumentou que o Governo quis, com esse diploma, implementar uma "lei típica de regimes que não são democráticos", frisando que "em democracia respeita-se o direito à família" e "não se separam crianças dos pais".