Em resposta imediata, os partidos de esquerda – Livre, PCP e BE – uniram-se para requerer a apreciação parlamentar do diploma, considerando o processo “intrinsecamente desastroso” e lesivo para o interesse nacional. O diploma governamental estabelece a venda de uma participação de referência de até 44,9% a um investidor estratégico, reservando 5% do capital para os trabalhadores. Uma cláusula prevê que, caso os trabalhadores não adquiram a totalidade da sua fatia, o remanescente reverterá para o investidor de referência, que poderá assim atingir os 49,9%. O Governo justifica a medida com a necessidade de garantir a “viabilidade” e a “capacidade” da TAP para competir no mercado global, afirmando que “a história mostrou é que o Estado não tem capacidade para fazer isto sozinho”. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, defendeu que a privatização visa dotar a empresa de uma gestão que “possa ombrear com as grandes companhias a nível europeu e global”. A oposição de esquerda, contudo, argumenta que a privatização ocorre num momento em que a TAP “está estabilizada, capitalizada, saneada financeiramente” e a gerar lucros.
No requerimento conjunto, Livre, PCP e BE acusam o Governo de avançar para uma “privatização total realizada por fases” e de desvalorizar um “ativo estratégico para a economia nacional, para a soberania e desenvolvimento do país”.
A apreciação parlamentar, que foi possível graças à soma dos deputados dos três partidos, forçará um debate e uma votação sobre o decreto-lei na Assembleia da República.













