A proposta já suscitou fortes críticas do Partido Socialista e da CGTP, que acusam o executivo de promover a precariedade.<br/><br/>A ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, justificou a alteração com o alegado "uso abusivo e excessivo" do período experimental por parte das empresas, que estariam a contratar jovens sem termo para depois os dispensar antes do fim desse período. No entanto, o PS, através do deputado Miguel Cabrita, questionou os fundamentos desta alegação, temendo que a medida represente um retrocesso no combate à precariedade e anule os progressos alcançados com o acordo de concertação de 2018. Os socialistas advertem que a alteração "abre portas" a mais instabilidade, especialmente para os jovens.

A Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) reagiu de forma veemente, classificando o pacote de alterações como "um assalto aos direitos dos trabalhadores" e uma "afronta à Constituição". Em resposta, a central sindical convocou uma jornada nacional de luta para 20 de setembro, com manifestações em Lisboa e no Porto. Advogados ouvidos pela imprensa consideram que as alterações introduzem maior flexibilidade no mercado de trabalho, mas alertam para o risco de uma "proliferação significativa" de vínculos a termo, podendo as empresas usar a nova justificação para evitar contratos permanentes.