Governo Apresenta Plano para a Floresta 2025-2050 e Propõe Pacto Nacional

Em resposta à crise dos incêndios, o Governo anunciou um plano de intervenção para as florestas com um horizonte temporal até 2050, propondo um pacto nacional a ser consensualizado na Assembleia da República. A iniciativa, no entanto, já enfrenta ceticismo por parte de associações ambientalistas e da oposição, que apontam para atrasos e falta de visão.<br/><br/>O Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, afirmou que o objetivo é criar "um verdadeiro pacto para a gestão florestal e a proteção" do território, com um investimento médio anual previsto de 246 milhões de euros até 2050. Contudo, a associação ambientalista Zero alertou para o facto de quase metade das 62 ações de curto prazo do plano já se encontrarem atrasadas, sublinhando a "ausência de informação pública" e um financiamento que "parece estar claramente aquém das necessidades reais". A Zero critica ainda a semelhança com o Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais 20-30, sugerindo que se corre o risco de duplicar esforços. A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) também se mostrou crítica, recordando que o lançamento do plano coincide com um corte de 114 milhões de euros de apoios públicos à floresta, no âmbito da reprogramação do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC). O candidato presidencial Luís Marques Mendes considerou que qualquer pacto "fica coxo" sem uma avaliação prévia do que falhou este verão e da implementação das medidas pós-2017, afirmando que, "em matéria dos fogos em Portugal, parece que São Pedro manda mais do que as reformas da floresta".

Em resumo

O Governo propôs um ambicioso plano florestal até 2050 e um pacto nacional para enfrentar os incêndios de forma estrutural. Contudo, a iniciativa é recebida com ceticismo, com a associação Zero a denunciar atrasos significativos nas medidas de curto prazo e a oposição a criticar cortes prévios no financiamento do setor, questionando a credibilidade do novo plano.

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