O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou um novo pacote de medidas para a habitação, destacando a assinatura de uma linha de crédito de 1,3 mil milhões de euros com o Banco Europeu de Investimento (BEI). A iniciativa visa financiar a construção e reabilitação de cerca de 12.000 habitações acessíveis, inseridas nas estratégias locais de habitação dos municípios. Este financiamento europeu, que cobrirá cerca de 75% do custo total estimado em 1,789 mil milhões de euros, será complementado por uma linha de garantia do Banco Português de Fomento, com o objetivo de viabilizar os 133 mil fogos previstos nos planos municipais. A medida representa, segundo o Governo, “o maior investimento de sempre na área da habitação”.
Para além do financiamento, o plano prevê uma gestão mais rigorosa do património imobiliário do Estado.
O executivo dará um prazo a todas as entidades públicas para justificarem os imóveis não utilizados.
Caso não haja uma justificação plausível, os edifícios serão transferidos para a Estamo, a empresa gestora do imobiliário estatal, para que esta possa “construir, pode arrendar e pode vender, pode rentabilizar”.
A reforma inclui ainda a criação de uma “ficha única digital” para os imóveis, que centralizará toda a documentação, e a redefinição de papéis, atribuindo ao Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) funções de coordenação e planeamento, enquanto a execução ficará a cargo das autarquias.
A oposição reagiu com ceticismo, com o PS a afirmar que as medidas já estavam previstas no governo anterior e o Chega a considerá-las insuficientes.
Em resumoO novo plano de habitação do Governo assenta em financiamento europeu e numa gestão mais ativa do património do Estado para aumentar a oferta de casas acessíveis. Embora seja apresentado como um impulso decisivo, a sua eficácia dependerá da articulação com os municípios e da capacidade de execução, enfrentando desde já críticas da oposição quanto à sua originalidade e alcance.