A proposta inclui a implementação de projetos-piloto nos territórios do norte e centro do país mais afetados pelos fogos deste verão e a alocação de uma verba de 30 milhões de euros do Fundo Ambiental para apoiar estas iniciativas. Durante uma visita a áreas ardidas na Serra do Açor, o ministro mostrou-se convicto do potencial desta abordagem.

“A pastorícia extensiva é uma das soluções e que vai ajudar muito, mas não será a única solução para resolver esta questão”, afirmou José Manuel Fernandes.

A lógica subjacente é que o pastoreio contribui para a limpeza dos terrenos e a gestão da vegetação, reduzindo a carga combustível e, consequentemente, o risco de incêndios de grande dimensão. Para além do seu papel na prevenção, o governante destacou que a pastorícia pode fomentar a coesão territorial e criar uma “fileira de valor”, através da produção de carne, leite e queijo. A estratégia governamental para as florestas inclui ainda o aumento do investimento na prevenção, o uso de fogo controlado para criar zonas de proteção e a alteração da legislação para permitir que as autarquias limpem terrenos privados quando os proprietários não são notificados. Esta visão foi corroborada pelo Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, que, numa visita a zonas queimadas no Gerês, defendeu a necessidade de passar “à prática”, executando as medidas previstas em relatórios sobre incêndios produzidos em 2017 e 2022.