Dirigentes históricos da CGTP-IN e da UGT, Manuel Carvalho da Silva e José Torres Couto, apelaram publicamente à convergência na luta contra um pacote legislativo que consideram um "profundo retrocesso" e um "ataque aos direitos dos trabalhadores".

O anteprojeto governamental, que prevê a alteração de mais de 100 artigos do Código do Trabalho, inclui medidas polémicas como a facilitação dos despedimentos por justa causa, dispensando testemunhas no processo disciplinar, o impedimento à reintegração mesmo em caso de despedimento ilícito, e alterações nos contratos a termo e nos direitos de parentalidade.

Face a esta proposta, os antigos líderes sindicais, sob o lema "Convergir, Unir e Resistir", instaram as centrais a mobilizarem-se e a exercerem "influência junto dos partidos da oposição (em particular do PS) para rejeitarem as medidas".

Carvalho da Silva considerou que as alterações representam um "recuo civilizacional" que não corresponde a qualquer necessidade manifestada pelas empresas.

A atual direção da CGTP, pela voz de Tiago Oliveira, partilha da visão negativa, afirmando que a proposta "acentua a precariedade" e ataca a contratação coletiva, exigindo a sua retirada.

O Governo e os parceiros sociais têm uma nova reunião em Concertação Social agendada para 10 de setembro, antecipando-se um período de forte tensão social e negocial.