Um ano após a fuga de cinco reclusos da prisão de Vale de Judeus, os processos disciplinares instaurados pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) foram concluídos com sanções para a maioria dos visados, enquanto o Ministério da Justiça avança com um plano de reforço da segurança no sistema prisional. Dos nove processos disciplinares abertos a sete guardas, um chefe e o ex-diretor da prisão, resultaram dois arquivamentos, duas suspensões de funções sem remuneração e cinco penas de multa. A DGRSP não especificou as sanções individuais, mas a decisão surge após uma proposta inicial de suspensão para todos os envolvidos, por terem sido apurados "indícios fortes de violação de deveres disciplinares". O relatório de inquérito apontou falhas graves na vigilância presencial e por vídeo, que facilitaram a evasão.
Em resposta às vulnerabilidades sistémicas expostas pela fuga, a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, ordenou uma auditoria à segurança das 49 prisões do país.
Como resultado, foi aprovado um plano de reforço de segurança, com um investimento de 4,5 milhões de euros, cuja execução "já ultrapassa os 50%". Para Vale de Judeus, está em fase de adjudicação a instalação de inibidores de sinal para telecomunicações e drones, num valor de 664 mil euros, a concluir até ao final do ano.
A ministra defendeu que se usou a fuga para "repensar o sistema e melhorá-lo", visando um sistema prisional "mais seguro, mais bem gerido e mais bem preparado".
Em resumoA resposta do Estado à fuga de Vale de Judeus materializou-se em duas frentes: a responsabilização disciplinar dos funcionários envolvidos e a implementação de um plano nacional de investimentos para modernizar a segurança prisional. As medidas incluem desde sanções individuais a investimentos tecnológicos significativos, refletindo uma tentativa de corrigir as falhas que permitiram a evasão.