A decisão, formalizada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, em Nova Iorque, foi tomada na véspera de uma conferência de alto nível sobre o tema, à margem da Assembleia-Geral da ONU. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou o seu “pleno apoio”, sublinhando que a medida é coerente com a posição de longa data de Portugal. “Portugal, desde sempre, com todos os presidentes, com todos os primeiros-ministros, todos os governos, sempre defendeu o princípio da existência de dois Estados soberanos [Israel e Palestina], coabitando, convivendo, respeitando o direito internacional e a Carta das Nações Unidas”, declarou o Chefe de Estado.

A iniciativa surge num esforço concertado com outros nove países, incluindo França e Espanha, visando criar um novo impulso para a paz.

Contudo, a decisão não foi unânime dentro da coligação governamental.

O CDS-PP demarcou-se, considerando que o reconhecimento “não é oportuno, nem consequente” e que só deveria ocorrer “no quadro de um processo institucional de paz”. Esta divergência, no entanto, não afeta a coesão do Governo, uma vez que a matéria não constava do acordo de coligação.

À esquerda, partidos como o Bloco de Esquerda, Livre e PCP saudaram a decisão, considerando-a um “bom sinal”, embora tardio, e exigiram medidas adicionais, como sanções a Israel e um embargo à venda de armas.