Esta medida histórica, embora gerando divisões na coligação governamental, visa reforçar a solução de dois Estados como o único caminho viável para a paz no Médio Oriente.
A decisão, comunicada pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, em Nova Iorque, na véspera da Assembleia Geral da ONU, foi coordenada com países como França, Reino Unido, Canadá e Austrália.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou o seu "pleno apoio", enquadrando a medida como a continuação de uma política de longa data e um passo necessário para evitar o colapso da solução de dois Estados.
No entanto, a decisão revelou uma fissura na coligação governamental da Aliança Democrática (AD), com o CDS-PP a demarcar-se publicamente, considerando o reconhecimento "inoportuno, nem consequente".
O Ministro da Defesa e líder do CDS-PP, Nuno Melo, garantiu que o primeiro-ministro foi informado previamente da posição do seu partido, sublinhando que o Governo é um "espaço de democracia plural". A medida foi amplamente saudada pelos partidos de esquerda, como o PS, BE, PCP e Livre, que a consideraram um passo positivo, ainda que tardio. Em contraste, Israel rejeitou a decisão, classificando-a como uma "enorme recompensa ao terrorismo", enquanto a Autoridade Palestiniana aplaudiu o que descreveu como um "passo corajoso".
Este desenvolvimento coloca Portugal numa posição diplomática proeminente, mas também evidencia as tensões internas na sua governação.














