A medida visa garantir a cobertura permanente do serviço, mas gerou forte oposição dos sindicatos médicos, que a consideram "inútil" e coerciva.

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, negou a existência de um "despacho para fazer mobilidade à força", afirmando que está a ser preparado um diploma que será negociado com os sindicatos e que prevê compensações pelas deslocações. No entanto, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) argumenta que a medida é impraticável, uma vez que a maioria dos obstetras do Hospital do Barreiro tem mais de 55 anos e está, por lei, isenta do serviço de urgência. A presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, alertou que os poucos médicos elegíveis poderiam rescindir contrato com o SNS se fossem forçados a mudar de local de trabalho. Esta situação evidencia as dificuldades estruturais do Serviço Nacional de Saúde em gerir os seus recursos humanos, especialmente em áreas críticas, e o conflito entre as necessidades de gestão centralizada e os direitos e condições de trabalho dos profissionais de saúde.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, defendeu a necessidade de encontrar uma solução, afirmando não estar "preocupado com a popularidade das decisões, mas com o efeito e as consequências que elas têm".