A criação de um grupo de trabalho conjunto entre o PSD e o partido de extrema-direita para “fechar o desenho normativo” do diploma gerou acusações de “conluio” por parte do Livre.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, confirmou o diálogo com o Chega, afirmando que o partido “estará neste momento com a disponibilidade para poder fazer esse trabalho com os partidos que suportam o Governo”.

Embora tenha sublinhado que a “porta está aberta para todos os grupos parlamentares”, incluindo o PS, a iniciativa partiu de um contacto seu a André Ventura.

O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, considerou as conversações “o mais natural”, uma vez que o Chega viabilizou a primeira versão da lei. Em comunicado, o Chega assinalou “o regresso do Governo à mesa da negociação”, prometendo esforços para “proteger as fronteiras portuguesas”.

A nova versão da lei, que será votada na próxima terça-feira, mantém o prazo de dois anos de residência para pedir o reagrupamento familiar, mas admite exceções para cônjuges e filhos menores, procurando responder às inconstitucionalidades apontadas.

A aproximação entre o Governo e o Chega foi duramente criticada à esquerda.

A líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes, falou num “conluio claro” que dá ao Governo “um sentido muito claro de que não quer tratar o assunto como ele é, mas como o Chega o trata”.

José Luís Carneiro, do PS, acusou a AD de andar “enleada com o Chega”, afirmando que o seu partido apresentará a sua visão na Assembleia da República.