O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, defendeu que estes valores visam abranger a classe média que tem sido “esquecida” e rejeitou que a medida aumente a especulação, argumentando que o Governo “não decreta valores de rendas”, apenas cria incentivos fiscais até um determinado limite.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, admitiu que as medidas causaram “muita confusão”, mas defendeu a necessidade de garantir “igualdade de oportunidades” em todo o território, incluindo nos grandes centros urbanos onde os preços são mais elevados e onde faltam profissionais essenciais como médicos e professores.

A oposição reagiu de forma crítica.

O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, acusou o Governo de desconhecer a realidade do país, afirmando que a proposta “vai provocar mais uma subida em espiral no custo dos arrendamentos” e prejudicar gravemente os jovens e a classe média. A deputada socialista Marina Gonçalves considerou os valores “desajustados do rendimento” dos portugueses, afirmando que “o PS nunca se associará a estes valores”.

A CGTP também criticou a medida, considerando o valor “desfasado da realidade” num país onde 20% dos trabalhadores recebem o salário mínimo.