O economista Álvaro Santos Pereira, antigo ministro da Economia do governo de Pedro Passos Coelho, foi formalmente designado Governador do Banco de Portugal. A nomeação foi aprovada em Conselho de Ministros, após o parecer favorável da comissão parlamentar competente, e a tomada de posse está agendada para 6 de outubro, sucedendo a Mário Centeno. A escolha de Santos Pereira, que ocupava o cargo de economista-chefe na OCDE, marca uma transição significativa na liderança do banco central, substituindo um ex-ministro das Finanças de governos do PS por um ex-ministro da Economia de um governo PSD/CDS-PP. O processo de nomeação não foi, contudo, isento de controvérsia. Durante a sua audição parlamentar na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, Álvaro Santos Pereira afirmou que, no seu entender, “quem está a trabalhar no Banco de Portugal não deve estar envolvido em política ativa”.
Esta declaração gerou reações, levando o PS a abster-se na votação do parecer, apesar de este ter sido aprovado com os votos favoráveis de PSD, CDS-PP, Chega e IL.
A questão ganhou relevância adicional dado que o seu antecessor, Mário Centeno, economista dos quadros do BdP, confirmou que permanecerá na instituição após cessar funções como governador.
A cerimónia de apresentação pública, a realizar-se no Museu do Dinheiro, contará com a presença do Ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, selando assim a mudança na liderança de uma das instituições financeiras mais importantes do país.
Em resumoÁlvaro Santos Pereira é o novo Governador do Banco de Portugal, sucedendo a Mário Centeno. A sua nomeação foi confirmada pelo Governo após audição parlamentar, onde as suas declarações sobre a participação política dos funcionários do banco central geraram debate e a abstenção do PS no parecer da comissão.