O caso tornou-se público após o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) ter, numa primeira fase, negado a ocorrência.

Posteriormente, o MNE corrigiu a informação, explicando que a operação teve “comunicação e autorização tácita” após um parecer favorável da Autoridade Aeronáutica Nacional (AAN), dependente do Ministério da Defesa.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, lamentou o “erro processual”, mas desvalorizou a polémica, atribuindo as “reações tão radicalizadas” da oposição ao contexto da campanha autárquica e recusando quaisquer demissões.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, corroborou esta versão, apontando para “uma falha na avaliação dos serviços” que não permitiu “um alerta para um nível político”.

A oposição não aceitou as justificações.

O Bloco de Esquerda e o Livre pediram a demissão de Nuno Melo, com a dirigente bloquista Joana Mortágua a acusar o ministro da Defesa de ter uma “lealdade e obediência ao Governo de Israel e não ao Governo português” e a alertar para o risco de Portugal ser acusado de “cumplicidade com o genocídio do povo palestiniano”. O PS e o PCP requereram audições parlamentares urgentes com os ministros Paulo Rangel e Nuno Melo para obterem esclarecimentos sobre a aparente falha de comunicação no seio do Governo.