Este último valor, definido como o teto para uma “renda moderada”, foi alvo de fortes críticas por ser considerado desajustado da realidade da maioria das famílias portuguesas.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, defendeu a medida, afirmando: “Acreditamos que, com os valores de mercado que hoje se praticam, com a renda até 2.300 euros, nós estamos a ir diretamente à classe média” nas zonas de maior pressão.

No entanto, dados do INE, citados pela imprensa, indicam que este valor é substancialmente superior às rendas medianas praticadas em qualquer município do país.

Adicionalmente, o Governo propõe a redução da taxa de IRS de 25% para 10% para senhorios que pratiquem estas rendas e o aumento das deduções de IRS para os inquilinos. Em contrapartida, planeia-se um agravamento do IMT para a compra de habitação por não residentes, uma medida que a Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII) criticou, temendo um impacto negativo na credibilidade internacional do país. A avaliação do impacto destas medidas será dificultada por um “apagão estatístico”, dado que o INE suspendeu a publicação das estatísticas de rendas até março de 2026 para uma revisão metodológica.