O Governo anunciou a intenção de promover uma reforma na legislação que rege a fiscalização do Tribunal de Contas (TdC), propondo uma redução do visto prévio em processos como concursos públicos e licenciamentos. A medida, defendida pelo ministro-adjunto e da Reforma do Estado, Gonçalo Matias, visa acelerar a tomada de decisão e a execução de investimentos públicos, transferindo o foco do controlo para uma fase posterior. Em entrevista ao jornal Público, Gonçalo Matias afirmou que “há uma parte da demora da decisão pública – na contratação pública e das decisões – que depende do visto prévio do TdC”. O ministro defende que se deve “reduzir a fiscalização prévia no TdC e aumentar a fiscalização ‘a posteriori’ porque isso é que é próprio de um tribunal” e permite “não condicionar a decisão política”.
Esta alteração insere-se num programa mais vasto de simplificação e digitalização do Estado, que o governante descreve como “uma profunda reforma (...) como nunca foi feita”.
O objetivo é agilizar a administração pública, que, segundo o ministro, sofre de estrangulamentos que asfixiam a economia.
A proposta de redesenhar o papel do TdC, passando de um controlo preventivo para um sucessivo, visa garantir que os processos administrativos avancem com maior celeridade, ficando a verificação da legalidade para uma fase posterior, sem comprometer o rigor da fiscalização. A iniciativa promete gerar um debate significativo sobre o equilíbrio entre a agilidade administrativa e a necessidade de um controlo prévio robusto para salvaguardar o interesse público.
Em resumoO Governo planeia alterar o papel do Tribunal de Contas, reduzindo a exigência do visto prévio para acelerar processos de contratação pública e licenciamentos. A proposta, que privilegia uma fiscalização sucessiva, visa combater a burocracia e agilizar a administração, mas levanta questões sobre o equilíbrio entre celeridade e controlo preventivo da despesa pública.