A construção da Barragem do Pisão, no concelho do Crato, foi suspensa por uma providência cautelar interposta por um grupo de associações ambientalistas, que levou o Tribunal Administrativo e Fiscal de Castelo Branco a decretar a anulação da Declaração de Impacte Ambiental (DIA). Esta decisão gerou uma forte reação por parte dos 15 autarcas do distrito de Portalegre, que repudiam a ação como um “bloqueio ambientalista” a um projeto que consideram vital para o desenvolvimento do Alto Alentejo. A Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA), promotora da obra, manifestou em comunicado a sua “profunda convicção de que irá ultrapassar este novo bloqueio”, garantindo que o projeto “vai ser concretizado”.
Os autarcas defendem que a barragem é uma “infraestrutura decisiva” para assegurar o abastecimento de água, combater a desertificação e diversificar a agricultura, representando um investimento público de 222 milhões de euros. Por outro lado, as associações ambientalistas, como o GEOTA, Quercus, LPN e Zero, argumentam que a obra já causou “uma grande área de destruição” e acusam os responsáveis de não terem parado os trabalhos mesmo após a notificação do tribunal. Hélder Careto, do GEOTA, afirmou que “a obra era para estar absolutamente parada, porque o juiz deu ordem para parar as obras e isso não aconteceu”.
O conflito entre o desenvolvimento de infraestruturas hídricas de grande escala e a proteção ambiental atinge, assim, um ponto crítico, com o futuro do maior projeto do Alto Alentejo em décadas a ser decidido nos tribunais.
Em resumoA construção da Barragem do Pisão está suspensa devido a uma providência cautelar de associações ambientalistas, que anula a Declaração de Impacte Ambiental. Os autarcas da região repudiam o que consideram um bloqueio a um projeto essencial, enquanto os ambientalistas denunciam a destruição de ecossistemas e o desrespeito pela ordem judicial, num impasse que opõe desenvolvimento regional e proteção da natureza.