José Luís Carneiro justificou a decisão com a necessidade de “assegurar a estabilidade política” e permitir a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), evitando dar ao Governo “qualquer pretexto para qualquer invocação de desculpas”. O líder socialista sublinhou que a abstenção foi condicionada ao cumprimento de “condições básicas” pelo Governo, nomeadamente a exclusão de alterações às leis laborais, ao regime fiscal e às áreas da saúde e segurança social públicas no documento orçamental. Apesar de viabilizar o orçamento, Carneiro foi bastante crítico, descrevendo-o como “vazio de ambição e de conteúdo” e que “não responde às opções de política económica” do PS. A decisão do PS foi saudada pelo Governo.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, afirmou que o alívio sentido é, sobretudo, “dos portugueses de saberem que não vamos ter nenhuma crise política”.

A reação do Chega foi de crítica acesa, com André Ventura a acusar o PS de ser “um partido vendido”. Em contrapartida, o líder parlamentar socialista, Eurico Brilhante Dias, devolveu a acusação, afirmando que foi o Chega quem “vendeu os pensionistas e os mais jovens” ao negociar com o Governo a baixa do IRC em detrimento do aumento das pensões.

A posição do PS torna a aprovação do OE2026 na generalidade uma certeza, focando agora as atenções no debate na especialidade, onde os socialistas prometem ser uma “oposição firme, mas também construtiva e responsável”.