No âmbito do debate do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), o partido Livre apresentou um ambicioso pacote de 52 propostas de alteração, uma por cada semana do ano, com um forte pendor de justiça social e inovação laboral. As medidas visam marcar a posição do partido como uma oposição construtiva, que, segundo o seu porta-voz Rui Tavares, não desiste de “ajudar as pessoas diretamente”. Entre as propostas mais emblemáticas, destaca-se a redução faseada da taxa normal do IVA de 23% para 21% ao longo de quatro anos, começando com uma descida de 0,5 pontos percentuais já em 2026.
O partido propõe também um aumento progressivo do salário mínimo nacional para atingir os 1.250 euros em 2029, alinhando-o com o salário mínimo espanhol.
Na habitação, o Livre insiste na criação de um “Serviço Nacional de Habitação” para garantir casas a preços acessíveis.
Outra das suas bandeiras é a implementação de um projeto-piloto da semana de quatro dias, tanto no setor público como no privado, uma medida que, segundo a líder parlamentar Isabel Mendes Lopes, é incompreensível que o Governo não queira testar.
Para financiar estas medidas, o Livre sugere a eliminação de benefícios fiscais para não residentes, a reavaliação do IMT Jovem e a criação de um imposto sobre os “ultra ricos”, contrapondo-se à descida do IRC proposta pelo Governo. O sentido de voto do partido na generalidade será decidido em reunião, mas a bancada já sinalizou que a sua visão para o país é “totalmente oposta” à do atual executivo.
Em resumoO Livre marcou a sua posição no debate orçamental com um vasto conjunto de propostas focadas na redução do IVA, aumento do salário mínimo e na semana de quatro dias. Financiadas por impostos sobre grandes fortunas, estas medidas representam uma alternativa de esquerda clara ao Orçamento do Governo, reforçando o papel do partido na oposição.