A aprovação foi alcançada com os votos a favor de PSD e CDS-PP, a abstenção de PS, PAN e JPP, e os votos contra de Chega, Iniciativa Liberal, Bloco de Esquerda, PCP e Livre. A decisão do PS, descrita por José Luís Carneiro como uma contribuição para a "estabilidade política do país", veio com um aviso: tem um "prazo de validade de um ano", período no qual o Governo terá de demonstrar capacidade de resposta aos problemas nacionais. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, agradeceu a viabilização, mas alertou que "a margem orçamental é mesmo muito curta", pedindo responsabilidade aos partidos e rejeitando a possibilidade de um aumento permanente das pensões, como propõe o PS.

O debate foi marcado por trocas de acusações, nomeadamente entre Montenegro e André Ventura, que criticou o orçamento por ser uma continuação das políticas socialistas e por aumentar a carga fiscal através do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP). Em resposta às declarações de Ventura sobre a necessidade de "três Salazares", Montenegro retorquiu que "a ditadura não combate a corrupção, a ditadura é ela própria a corrupção", uma afirmação que gerou aplausos de várias bancadas, incluindo a do PS.

A discussão na especialidade, que culminará na votação final global a 27 de novembro, antecipa-se tensa, com as pensões e os impostos no centro do debate.