A decisão socialista, descrita como uma "abstenção exigente", garante a estabilidade política no curto prazo, mas abre um período de intensa negociação na especialidade.
A aprovação do orçamento constitui uma vitória importante para o governo minoritário de Luís Montenegro, demonstrando a sua capacidade de negociação para assegurar a governabilidade. O PS, sob a liderança de José Luís Carneiro, adotou uma postura de "oposição responsável", argumentando que não criaria uma crise política, mas que iria escrutinar o orçamento de forma rigorosa no debate na especialidade. Carneiro afirmou que a abstenção tem um "prazo de validade de um ano", dando ao governo tempo para "mostrar o que vale". O executivo, através do primeiro-ministro e do ministro das Finanças, Miranda Sarmento, sublinhou que o orçamento tem uma "margem muito curta" para alterações, alertando contra propostas com impacto financeiro significativo, nomeadamente um aumento permanente das pensões, como defendido pelo PS.
O Chega e a Iniciativa Liberal votaram contra, posicionando-se como a principal oposição.
André Ventura classificou o orçamento como uma "asfixia fiscal" para famílias e empresas, enquanto a IL o criticou por ser "pouco ambicioso".
O debate foi marcado por tensões, incluindo um confronto entre Montenegro e Ventura a propósito dos elogios deste a Salazar, que levou o primeiro-ministro a afirmar que "a ditadura é ela própria a corrupção".
O Governo defende que o orçamento promove o crescimento e a justiça social, consolidando as contas públicas, mas enfrenta pressões da esquerda por mais despesa social e da oposição de direita sobre a política fiscal.













