A crescente pressão sobre o setor levou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a apelar a um "acordo de regime" para garantir a estabilidade das políticas de saúde.

Surgiram notícias de que a Direção Executiva do SNS teria instruído os hospitais a cortar na despesa, mesmo que isso implicasse abrandar consultas e cirurgias. Esta informação alimentou acusações da oposição, em particular do PS, de que o Governo está a subfinanciar o SNS. Mariana Vieira da Silva (PS) falou de uma "fantasia" no orçamento da saúde.

O Governo, através do primeiro-ministro Luís Montenegro e do Ministério da Saúde, negou quaisquer "cortes", insistindo que a orientação era para a "otimização dos recursos" e maior eficiência.

O debate intensificou-se após a morte de uma grávida no hospital Amadora-Sintra, o que levou a novos apelos à demissão da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, uma exigência que esta rejeitou explicitamente no Parlamento ("Não, não me demito").

Em resposta à crise persistente, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa fez um longo discurso criticando a gestão "casuística" e de curto prazo do SNS e propôs um amplo consenso político sobre os papéis dos setores público, social e privado.

Este apelo a um pacto teve reações mistas; candidatos presidenciais como Gouveia e Melo e Marques Mendes apoiaram-no, enquanto Catarina Martins acusou o Presidente de desresponsabilizar o Governo. O próprio orçamento inclui uma redução de mais de 200 milhões de euros na despesa com medicamentos e material clínico, um valor que o Governo enquadra num contexto de crescimento global do orçamento para o SNS.