O Parlamento aprovou uma nova Lei da Nacionalidade com o apoio dos partidos de direita, gerando um intenso debate sobre as políticas de imigração e integração em Portugal. A legislação endurece as condições de acesso à cidadania, alinhando o Governo com a agenda da extrema-direita e provocando críticas da oposição e de vários setores da sociedade. A nova lei, aprovada com os votos de PSD, Chega, IL, CDS-PP e JPP, representa uma viragem significativa na política de nacionalidade portuguesa. Entre as principais alterações está o aumento do tempo de residência legal exigido para naturalização, a exigência de provas de meios de subsistência e a demonstração de conhecimento da cultura e dos valores constitucionais. O Governo, através do ministro Leitão Amaro, defendeu a medida como uma forma de Portugal ficar "mais Portugal", uma afirmação que gerou reações fortes, como a do candidato presidencial Gouveia e Melo, que questionou: "Que raio de Portugal é esse?". A oposição e vários comentadores acusam o executivo de ceder à agenda do Chega, falando numa "colonização ideológica" e na criação de uma "nacionalidade de segunda".
A candidata presidencial Catarina Martins afirmou que vetaria a lei, enquanto António Filipe a enviaria para o Tribunal Constitucional.
As críticas centram-se no facto de a lei ser vista como um ataque às famílias e desproteger as crianças, especialmente ao exigir cinco anos de residência legal dos pais para que os filhos nascidos em Portugal possam adquirir a nacionalidade. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou a um maior consenso em matérias de soberania como esta, sublinhando a importância da estabilidade das políticas para o país.
Em resumoA aprovação da nova Lei da Nacionalidade marca uma significativa viragem à direita na política de imigração de Portugal, alinhando o governo com o Chega e desencadeando uma ampla controvérsia sobre identidade nacional, integração e os direitos dos imigrantes.