Os partidos com assento parlamentar entregaram um número recorde de 2.151 propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), superando o recorde anterior de 2.123 propostas do ano passado. Este volume de iniciativas reflete a atual fragmentação política e antecipa um período de intensa negociação até à votação final global, marcada para 27 de novembro. O Chega foi o partido que mais propostas apresentou, com um total de 613, seguido de perto pelo PCP, com 532. Outros partidos da oposição também foram prolíficos, com o Livre a entregar 324 propostas, o PAN 182 e o Bloco de Esquerda 181. O PS, principal partido da oposição, apresentou 110 propostas, enquanto a Iniciativa Liberal submeteu 105.
Em contraste, a coligação governamental PSD/CDS-PP apresentou um número mais modesto de 54 propostas.
A diversidade de temas abordados é vasta, abrangendo desde a descida do IRS e o congelamento das propinas até ao aumento das pensões e alterações na tributação de vários setores.
A enorme quantidade de propostas sublinha a dificuldade que o governo minoritário da AD enfrentará para aprovar o seu Orçamento.
Cada proposta terá de ser negociada individualmente, abrindo espaço para alianças pontuais e cedências estratégicas. A votação na especialidade, agendada para 20 e 21 de novembro, será um momento crucial para testar a capacidade de diálogo e compromisso do Executivo e das forças da oposição.
Este cenário de negociação detalhada demonstra a complexidade da governação num parlamento sem maioria absoluta, onde cada partido procura deixar a sua marca nas contas do Estado e responder às suas bases eleitorais.
Em resumoA entrega de um número recorde de 2.151 propostas de alteração ao OE2026, lideradas pelo Chega e PCP, evidencia a fragmentação parlamentar e antecipa negociações complexas para o governo minoritário. A votação final global está agendada para 27 de novembro, após um debate detalhado na especialidade.