A CGTP convocou uma manifestação nacional em Lisboa, sob o mote "Todos a Lisboa", para exigir a retirada do que considera ser um pacote "profundamente negativo para o mundo do trabalho".

O descontentamento une as duas maiores centrais sindicais, com a CGTP e a UGT a confirmarem contactos para uma possível greve geral conjunta na primeira quinzena de dezembro, algo que não acontece desde 2013, durante o período da 'troika'. O secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, afirmou que "é preciso neste momento dar um sinal ao Governo de que tem que recuar na construção do pacote laboral". Em resposta, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, considerou que "não há razão para tomar uma posição final sobre um processo que está em andamento e em concertação". O candidato presidencial Marques Mendes apelou ao diálogo entre o Governo e os sindicatos para evitar a paralisação, lembrando que no passado "houve muitos governos... que fizeram vários acordos de concertação social".

A ministra do Trabalho, Rosário Palma Ramalho, mostrou abertura para negociar as leis laborais com o Chega e desafiou o PS a não impor "linhas vermelhas", considerando a manifestação da CGTP "normal" e duvidando que esta "frustre" o processo negocial.

A tensão social em torno desta matéria promete marcar a agenda política nas próximas semanas, testando a capacidade de negociação do executivo.