O Governo está a avançar com a regulamentação do trabalho dos médicos prestadores de serviços, conhecidos como tarefeiros, com o objetivo de reduzir os custos e disciplinar os valores pagos. A medida, que prevê a diminuição do valor pago por hora, gerou forte contestação e uma ameaça de greve que poderá paralisar os serviços de urgência em todo o país. O executivo argumenta que existe um "consenso nacional" sobre a necessidade de reformar o atual sistema, que representa um custo diário de 727 mil euros para o Estado. O ministro da Presidência, Leitão Amaro, apelou aos médicos "desconfortáveis" com o novo diploma para que "mantenham o espírito de serviço".
Em alternativa à dependência dos tarefeiros, o Governo propõe aumentar o valor pago por cada hora extraordinária aos médicos do SNS.
No entanto, um movimento que representa cerca de mil médicos tarefeiros recuou na ameaça de greve, mostrando-se agora disponível para negociar com a ministra da Saúde e travar os cortes. O bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, alertou os colegas para as questões éticas e deontológicas, lembrando que "o doente é a prioridade".
A situação evidencia a profunda dependência do SNS em relação a estes profissionais e o risco de colapso nos serviços de urgência caso as negociações falhem, colocando a ministra Ana Paula Martins sob intensa pressão para encontrar uma solução equilibrada.
Em resumoA tentativa do Governo de reduzir os custos com médicos tarefeiros através de novas regras de contratação gerou uma ameaça de greve que poderia impactar as urgências hospitalares. Embora o movimento de tarefeiros tenha recuado para negociar, a tensão persiste, evidenciando a dependência do SNS destes profissionais e o desafio de reformar o sistema.