O sindicato que representa os oficiais da PSP defendeu publicamente uma alteração urgente à lei da droga. A principal reivindicação é o fim da exclusividade da Polícia Judiciária (PJ) na investigação de processos de tráfico internacional de estupefacientes. Bruno Pereira, líder do sindicato, argumenta que a atual legislação limita a capacidade de outras forças de segurança, como a PSP, de combaterem eficazmente as redes de narcotráfico que operam em Portugal. A proposta visa permitir que a PSP possa também investigar este tipo de crime, que atualmente é da competência reservada da PJ.
Esta chamada à ação legislativa reflete uma tensão entre as forças de segurança sobre a repartição de competências em áreas criminais de grande relevância. Os defensores da mudança acreditam que alargar a competência de investigação a mais forças policiais poderia aumentar a eficácia do combate ao tráfico de droga, aproveitando a capilaridade e o conhecimento do terreno da PSP. Por outro lado, a manutenção da exclusividade da PJ é geralmente justificada pela necessidade de especialização e centralização da informação em investigações complexas e transnacionais.
A proposta surge num contexto de debate mais amplo sobre a segurança interna e a adequação dos meios e do quadro legal para responder às novas formas de criminalidade. A reivindicação do sindicato dos oficiais da PSP coloca pressão sobre o Governo e o Parlamento para reavaliarem o modelo de investigação criminal em Portugal, especialmente no que diz respeito a um dos crimes que mais preocupa a sociedade.
Em resumoA proposta de alteração à lei da droga, vinda de um dos principais sindicatos da PSP, abre um debate sobre a reorganização das competências policiais em Portugal. A questão central é se a partilha da investigação do tráfico internacional entre a PJ e a PSP aumentaria a eficácia do combate ao crime ou se comprometeria a especialização necessária para lidar com redes complexas.