A proposta do PSD e do CDS-PP visava descongelar o valor das propinas, indexando o seu aumento à taxa de inflação, uma medida que o PSD classificou como “equilibrada”.
O Governo, por sua vez, criticou o que considerou ser um “congelamento artificial” e uma “narrativa alarmista” sobre o tema.
No entanto, a oposição uniu-se para chumbar a iniciativa.
A proposta do PS, que defendia a manutenção do valor máximo de 697 euros, foi aprovada com os votos favoráveis de toda a esquerda e do Chega. A decisão do Chega foi particularmente notada, uma vez que o partido alterou o seu sentido de voto em plenário, depois de uma votação inicial em comissão onde se tinha alinhado com o Governo. Esta mudança de posição foi crucial para a derrota do executivo. O deputado socialista Miguel Costa Matos argumentou que o congelamento é uma medida de baixo custo para o Estado, de “apenas cerca de dois milhões de euros”. Em contraste, o PSD lamentou o que designou de “consórcio” entre o Chega e o PS, com o CDS a acusar o partido de André Ventura de se colocar “ao colo da esquerda”. O episódio ilustra a fragilidade da posição minoritária do Governo no Parlamento e a capacidade da oposição, através de alianças pontuais, de impor a sua agenda em matérias de grande impacto social.














