A proposta do executivo, que visa uma “legislação laboral mais flexível e amiga do investimento”, foi recebida com forte oposição por parte das centrais sindicais.

O PCP classificou-a como uma “declaração de guerra aos trabalhadores”, enquanto a Fenprof a considerou um “gravíssimo retrocesso civilizacional”. A contestação levou à união da CGTP e da UGT na marcação de uma greve geral, uma medida de força que conta com a adesão de múltiplos sindicatos setoriais, incluindo os da função pública, arquitetos, jornalistas e trabalhadores da Autoeuropa. Numa tentativa de evitar a paralisação e obter um acordo em sede de Concertação Social, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, agendou uma reunião com a UGT para a próxima semana, assumindo um papel direto nas negociações.

A ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, descreveu o encontro como “natural”, embora a UGT já tenha entregue o pré-aviso de greve.

O secretário-geral da UGT, Mário Mourão, afirmou que a central sindical se mantém “totalmente disponível para o diálogo”, mas que, para já, “não há condições para desconvocar a greve”.

O candidato presidencial António José Seguro considerou a greve um “sinal intransigente” da UGT na defesa dos trabalhadores, criticando o Governo por apresentar uma proposta com uma forte “marca ideológica”.