Apenas a proposta do Governo, que prevê um suplemento extraordinário condicionado à existência de folga orçamental, foi aprovada, evidenciando as divergências estratégicas entre PS e Chega.
Durante a votação na especialidade do OE2026, o tema das pensões gerou um intenso debate, mas as propostas de maior impacto da oposição acabaram por não ser aprovadas. Tanto o PS como o Chega apresentaram iniciativas para um aumento permanente das pensões mais baixas, mas a falta de convergência entre os dois partidos levou ao chumbo de ambas. O PS propunha que um eventual suplemento extraordinário fosse convertido num aumento permanente, enquanto o Chega defendia uma subida adicional de 1,5%. A secretária de Estado da Segurança Social, Susana Filipa Lima, alertou que qualquer aumento para além do previsto na lei comprometeria o equilíbrio orçamental e faria Portugal “ultrapassar a linha vermelha e volte a uma situação de défice”.
A única medida aprovada foi a proposta do PSD e CDS-PP, que prevê o pagamento de um novo suplemento extraordinário em 2026, mas apenas se a evolução das contas públicas o permitir.
Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, criticou a decisão, acusando o Governo de baixar os impostos sobre a banca enquanto deixa “na incerteza os pensionistas”.
O episódio demonstrou que, apesar de partilharem objetivos semelhantes em certas matérias, as “coligações negativas” entre PS e Chega não são automáticas, permitindo ao Governo manter a sua linha orçamental.














