O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, justificou a abstenção como uma decisão de "interesse nacional" para evitar uma crise política, afirmando: "Se o PS tivesse votado contra estaríamos a entrar numa crise política". Apesar de viabilizar o documento, o PS classificou-o como "vazio de ambição" e "sem credibilidade".
A aprovação não foi, contudo, um cheque em branco.
A oposição, numa dinâmica que o Governo apelidou de "coligação negativa", conseguiu impor alterações significativas, com um custo estimado de 100 milhões de euros.
Entre as mais notórias estão o congelamento das propinas do ensino superior e a isenção de portagens em várias autoestradas, medidas aprovadas com votos conjuntos do PS e do Chega.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, reagiu criticando a oposição por "invadir a esfera de decisão que cabe ao poder executivo", considerando não ser "uma forma madura de encarar o processo orçamental".
A aprovação do OE2026 assegura, assim, a continuidade do Governo, mas sublinha a sua dependência de negociações parlamentares e a capacidade da oposição para moldar a política orçamental.














