O Governo apresentou um anteprojeto de revisão do Código do Trabalho, gerando forte contestação dos sindicatos, que convocaram uma greve geral, e acusações da oposição de um retrocesso nos direitos dos trabalhadores. A proposta tornou-se o epicentro do debate político parlamentar da semana, com trocas de acusações entre o primeiro-ministro e os líderes da oposição. A proposta governamental, ainda em fase de negociação em sede de concertação social, foi o tema central do debate quinzenal no parlamento. O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, acusou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, de querer impor uma "lei à americana dos despedimentos", afirmando que as alterações visam introduzir "ainda mais precariedade, mais banco de horas, mais desregulação dos horários de quem trabalha, mais pressão sobre os salários, despedimentos sem justa causa".
Segundo Raimundo, a reforma "não vai resolver problemas.
Vai aumentá-los em tudo".
Em resposta, Montenegro acusou os partidos da oposição de quererem "desviar a atenção" para que a legislação laboral permaneça inalterada.
O primeiro-ministro defendeu a necessidade da reforma para que o país não continue no "rame-rame", visando uma economia mais produtiva e competitiva.
A contestação culminou na convocatória de uma greve geral pela CGTP e UGT para 11 de dezembro, que o chefe de Governo considerou ter motivações políticas, afirmando que a alteração laboral "é apenas um pretexto". O ministro da Presidência, Leitão Amaro, reforçou que o documento é apenas "um anteprojeto de negociação" e que o Governo mantém a "disponibilidade negocial", embora tenha "dificuldade de compreender" a paralisação.
Em resumoA proposta de revisão do Código do Trabalho tornou-se um ponto fulcral de conflito, opondo a visão do Governo de flexibilização para a competitividade económica à dos sindicatos e da oposição, que temem um aumento da precariedade e a erosão de direitos laborais, o que levou à marcação de uma greve geral.