O Governo está a preparar um novo modelo de ação social para o ensino superior, mas a proposta inicial para o valor máximo das bolsas de estudo situa-se abaixo do limiar da pobreza, gerando preocupação. Em paralelo, associações de estudantes reivindicam um alívio fiscal no IRS para as famílias com despesas de educação. O Ministério da Educação propôs aos parceiros sociais um novo sistema de bolsas centrado no rendimento familiar e no custo real por estudante. No entanto, a proposta define um valor máximo para a bolsa que fica aquém do limiar da pobreza, o que levanta dúvidas sobre a sua eficácia no combate às dificuldades económicas dos estudantes.
O plano inclui também a criação de uma bolsa de incentivo de 1.045 euros anuais para os estudantes beneficiários do escalão de rendimentos mais baixos do abono de família.
O ministro da tutela, no entanto, avisou que o novo modelo só avançará com a revisão da lei do complemento ao alojamento. Em simultâneo, os estudantes do ensino superior particular, através do Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA), aprovaram a proposta fiscal "Por um IRS que Acompanhe o Custo Real do Ensino Superior", pedindo ao Governo medidas que aliviem o encargo das famílias com a educação.
Em resumoA reforma da ação social no ensino superior proposta pelo Governo visa uma maior adequação ao custo de vida, mas a sua proposta inicial de bolsa máxima é considerada insuficiente. A discussão sobre os apoios aos estudantes desenrola-se em duas frentes: o valor direto das bolsas e a necessidade de um enquadramento fiscal mais favorável para as famílias.