A reforma visa, segundo o executivo, aumentar a competitividade e o crescimento económico, mas é vista pelos sindicatos como um grave retrocesso nos direitos dos trabalhadores.

A proposta do Governo, que inclui alterações nos contratos a prazo e no banco de horas, gerou um clima de confronto social.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, defendeu que as reformas não devem ser feitas apenas quando o país está "à rasca", mas sim em momentos de estabilidade para preparar o futuro.

Numa tentativa de esvaziar a contestação, Montenegro chegou a prometer que a revisão laboral permitiria aumentar o salário mínimo para 1.600 euros, uma declaração que a CGTP classificou como um "ato desesperado" e um "insulto" aos trabalhadores.

Para o chefe do Governo, a greve geral, marcada para 11 de dezembro, "não faz sentido" e tem motivações meramente "políticas".

Por outro lado, as centrais sindicais, CGTP e UGT, mantêm-se firmes na sua oposição.

Mário Mourão, da UGT, afirmou que a central sindical está "muito longe" de um acordo e acusou o Governo de provocar uma "rutura negocial".

O jurista Garcia Pereira foi mais contundente, descrevendo o anteprojeto como "uma declaração de guerra aos trabalhadores".

A contestação estendeu-se a vários setores, com os enfermeiros e a Função Pública a anunciarem paralisações, e até os polícias a prepararem um protesto para o mesmo dia.

O tema dominou também a pré-campanha presidencial, com os candidatos a dividirem-se nas suas posições, refletindo a profunda fratura que a proposta governamental criou na sociedade portuguesa.