O documento, que redefine a política externa dos EUA, trata os aliados europeus como adversários e põe em causa os pilares da segurança transatlântica, motivando uma resposta firme do Presidente do Conselho Europeu, António Costa. O documento formaliza uma ofensiva contra o continente europeu, regressando a uma versão da "Doutrina Monroe" e esvaziando politicamente o compromisso de defesa mútua da NATO, consagrado no Artigo 5.º.

Analistas descreveram a estratégia como um "documento absolutamente maníaco e depressivo" que, segundo a revista The Economist, pode "gerar o pânico entre os aliados e fazer rejubilar os inimigos".

Perante esta viragem, António Costa declarou que a Europa "não pode aceitar uma 'ameaça de interferência' na sua vida política". Esta posição reflete a crescente preocupação de que a nova doutrina americana conduza a Europa a uma "trajetória de irrelevância", forçando os aliados a pagar pela sua própria segurança em plena guerra na Ucrânia.

O académico William Galston resumiu a situação afirmando que "Trump bateu na Europa com um pau". A nova estratégia norte-americana, que também alerta para uma "extinção civilizacional da Europa" devido à imigração, é vista como um sinal de que a administração Trump está disposta a sacrificar alianças históricas em prol de uma visão isolacionista e transacional das relações internacionais, centrada no lema "Make America Great Again" (MAGA).