A escolha de Carlos Alexandre, conhecido como o "superjuiz" por ter estado à frente de processos mediáticos como a Operação Marquês, que levou à detenção de José Sócrates, foi justificada pela sua reputação no combate à corrupção.

No entanto, a decisão foi recebida com fortes críticas.

Comentadores e analistas jurídicos questionaram a adequação da nomeação, argumentando que um juiz não tem como funções "gerir e investigar", tarefas que cabem a gestores e ao Ministério Público, respetivamente.

A iniciativa foi descrita como uma manobra política para proteger a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e desviar a atenção dos problemas de gestão do SNS.

A crítica principal é que o Governo está a usar a palavra "corrupção" e a figura de um "justiceiro" para criar um "bode expiatório", em vez de enfrentar as falhas estruturais do sistema. A nomeação é vista como um ato populista que pode minar a separação de poderes e criar um precedente perigoso, dando origem a uma "República dos juízes".