“O Segundo Acto” desenrola-se num “restaurante isolado transformado em set de um 'filme dentro de um filme'”, onde quatro atores — Léa Seydoux, Vincent Lindon, Louis Garrel e Raphaël Quenard — interpretam versões exageradas de si mesmos. A narrativa utiliza longos planos-sequência para realçar a artificialidade da trama, enquanto os diálogos abordam temas contemporâneos como a “cancel culture, #MeToo, racismo, homofobia e Inteligência Artificial (IA)”. A metalinguagem é uma constante, com os atores a quebrarem a quarta parede para expressar as suas inseguranças e a expor “a interpretação enquanto luta contra a própria persona”. A Revista Metropolis descreve o filme como uma ilustração das teorias de Jean Baudrillard sobre a simulação e o hiper-real, onde “o simulacro – o espectáculo sem original – se sobrepõe ao real”. O Expresso refere que Dupieux “continua a brincar com a forma tradicional da narrativa e a debater o futuro do cinema”, embora note que “já o terá feito melhor”. O humor é descrito como “sarcástico e grotesco”, servindo de veículo para reflexões sobre “poder, hierarquia e o tédio de quem vive à sombra das luzes”.
