O filme, protagonizado por Sara Matos, explora temas como a amizade, a resiliência e a importância de preservar o passado.
Com "O pátio da saudade", Leonel Vieira afasta-se deliberadamente das suas anteriores incursões em clássicos do cinema português, como "O Pátio das Cantigas", para apresentar uma história original que, ainda assim, dialoga com a memória cultural nacional.
O filme centra-se numa atriz, interpretada por Sara Matos, que herda um teatro de revista com a condição de o recuperar e colocar em cena um novo espetáculo. Esta premissa serve de motor para uma narrativa que, segundo o realizador, é fundamentalmente sobre "as pessoas se unirem para salvar causas comuns", um valor que considera estar "muito em risco nos dias de hoje". A obra posiciona-se como um "olhar sobre o passado que interessa", argumentando que a memória coletiva deve ser repensada e integrada no presente, e não descartada. Ao focar-se no teatro de revista, Vieira não só presta homenagem a um género icónico português, mas também utiliza-o como metáfora para a resiliência cultural.
O elenco, que inclui nomes como José Raposo, Alexandra Lencastre e Gilmário Vemba, foi pensado especificamente para cada personagem, reforçando a ambição do projeto.
Vieira descreve o filme como "entretenimento puro" mas com substância, procurando evitar a "tontice".
Embora não espere replicar o fenómeno de bilheteira de "O Pátio das Cantigas" de 2015, o realizador espera que o filme tenha êxito, consolidando o seu lugar no cinema português contemporâneo como uma obra que celebra a amizade e o património cultural.