A obra é descrita como uma experiência cinematográfica sensorial e uma odisseia pelo deserto marroquino.
"Sirât" mergulha o espectador numa jornada física e metafísica, acompanhando um pai (Sergi López) e o seu filho na busca pela filha desaparecida no meio de uma comunidade de "ravers" nómadas em Marrocos.
Oliver Laxe, que já tinha sido premiado em Cannes com as suas obras anteriores, descreve o filme como "duro" e "árido", com a intenção de provocar a introspeção no espectador.
Em entrevista, o realizador explicou que a sua obra confronta temas como a morte, a dor e a angústia, numa crítica a uma sociedade que tende a evitar estas realidades.
A palavra "Sirât", de origem árabe, refere-se a um caminho entre o inferno e o paraíso, uma metáfora para a jornada das personagens.
A crítica tem sido unânime em classificar o filme não como uma narrativa convencional, mas como uma "cerimónia cinematográfica" e uma "experiência sensorial". A abordagem semidocumental, a banda sonora eletrónica e a paisagem desértica como personagem principal criam uma atmosfera hipnótica e, por vezes, opressiva.
A obra é apontada como uma reflexão sobre a transcendência, a fragilidade humana e a procura de sentido num mundo à beira do colapso, sendo comparada a clássicos da contracultura como "Easy Rider".
A sua estreia em Portugal é um evento significativo para o cinema de autor, trazendo uma das obras mais discutidas e premiadas do circuito de festivais europeus.