Em entrevistas, Leonel Vieira descreve o filme como “uma parábola sobre a identidade do nosso país e sobre o nosso mundo do espetáculo”.

A narrativa segue Vanessa (Sara Matos), uma atriz de televisão que herda um teatro em ruínas e decide revitalizá-lo, enfrentando a oposição de um proprietário rival, interpretado por José Raposo.

Vieira explica que a sua intenção não é fazer uma “radiografia social”, mas sim contar uma história sobre os artistas em Portugal, as suas paixões e as dificuldades que enfrentam num país que “não é o que mais aposta nas indústrias - nem cinematográficas, nem teatral”. O realizador reescreveu o guião original, transformando o protagonista masculino numa mulher para explorar o “paradigma de uma atriz” em Portugal, que muitas vezes sobrevive da televisão, mas sonha com o teatro e o cinema.

Vieira critica a forma como o público e a indústria julgam os atores, um tema refletido na personagem de Vanessa. Apesar de não esperar repetir o fenómeno de bilheteira de “O Pátio das Cantigas”, que superou os 600.000 espectadores, o cineasta mostra-se crítico em relação aos apoios institucionais, afirmando que em Portugal “trabalhamos para afastar o público do cinema”.

O elenco conta ainda com nomes como Ana Guiomar, Manuel Marques, Gilmário Vemba e Alexandra Lencastre, numa produção que, segundo o realizador, “trabalha entre a comédia, o sorrir e a emoção dramática”.