Realizado por Rosa Coutinho, o filme propõe uma viagem pelas múltiplas facetas de uma das figuras mais incontornáveis da cultura e política portuguesa do século XX.

A realizadora Rosa Coutinho descreve a obra como “mais que um documentário, um ensaio poético e ficcionado”.

O filme utiliza uma abordagem que mistura materiais de arquivo, testemunhos de amigos e atores, e ficção para explorar a complexidade de Natália Correia (1923-1993). A narrativa é construída a partir do vasto arquivo da autora e de lugares “onde ainda ecoa a sua ausência”, procurando reencontrar uma mulher “movida pela liberdade, profundamente ligada à sua ‘açorianidade’ e a uma ideia radical de poesia como gesto político”.

O filme conta com a participação de figuras como Lídia Franco, Soraia Chaves, Joana Seixas e João Cabral.

A estrutura do filme, apresentada como um “casting poético”, evita uma narrativa linear e fixa, preferindo deixar que a “persona dramatis” de Natália viva em toda a sua complexidade.

Segundo Coutinho, o seu interesse foi “suspender o intervalo entre imagens-retratos, sons-retratos, poemas-retratos e decantar uma persona dramatis que a morte não derruba”.

O filme já foi exibido em festivais como o Olhares do Mediterrâneo e o Porto Femme 2025, onde venceu o prémio de Melhor Documentário da Competição Nacional, o que antecipa uma receção positiva por parte do público e da crítica aquando da sua estreia comercial.