O filme, que recebeu o prémio L'Oeil D'Or para Melhor Documentário em Cannes, é um testemunho poderoso sobre o apartheid e a luta pelos direitos civis.
A sua exibição em Portugal é de grande significado, pois resgata a memória de um artista cuja obra foi fundamental para expor ao mundo os horrores do regime de segregação racial. O documentário explora a dualidade da vida de Cole: o seu exílio forçado da África do Sul após a publicação do livro proibido "House of Bondage" e a recente e milagrosa descoberta do seu arquivo, com cerca de sessenta mil negativos, que se pensava perdido e foi encontrado num banco na Suécia.
A narrativa visual, construída a partir destas fotografias recuperadas, mostra a desumanização a que os negros eram submetidos.
O filme acompanha também a sua jornada nos Estados Unidos, onde documentou o movimento pelos direitos civis, traçando paralelos entre a segregação americana e o apartheid sul-africano.
A obra de Raoul Peck não só celebra o legado de Cole, mas também reafirma o poder da fotografia como uma arma de denúncia e um instrumento de memória histórica.











