O filme, realizado por Mário Barroso, conta com o último argumento escrito por António-Pedro Vasconcelos, que faleceu antes da sua concretização, e tem sido elogiado como um dos melhores exercícios do cinema nacional dos últimos anos.
A trama é uma história de amor e enganos, ambientada no início dos anos 1960, um período marcado pela repressão da ditadura salazarista, a censura e as revoltas estudantis.
A narrativa acompanha o romance entre Daniel (Francisco Froes), um médico oposicionista ao regime, e Cecília (Júlia Palha), uma estudante de Arquitetura, num cenário de espionagem e medo.
O projeto, iniciado por António-Pedro Vasconcelos, foi concluído por Mário Barroso, que também assumiu a direção de fotografia.
O filme é aclamado por preservar a ironia ácida e o estilo narrativo de Cardoso Pires, capturando uma Lisboa opressiva e cinzenta.
O elenco é considerado soberbo, com Júlia Palha a entregar aquela que é descrita como a melhor interpretação da sua carreira, e com fortes contribuições de Francisco Froes, Nuno Lopes, Diogo Infante e Rui Morrison.
A música original é da autoria do compositor Mário Laginha.
A crítica sublinha a relevância da obra no presente, servindo como uma "lição de memória" que recorda o preço da liberdade em tempos de "amnésias seletivas".














