A obra, que estreou em Portugal a 2 de outubro, representa uma aposta arriscada e bem-sucedida para Johnson, que se afasta das suas personagens habituais de herói de ação para encarnar uma figura complexa e vulnerável. Para o papel, o ator submeteu-se a uma transformação física notável, engordando 30 quilos.

O filme foca-se no ano 2000, um período crítico na vida de Mark Kerr, explorando a sua luta contra o vício em opiáceos, a pressão da vitória e a complexa relação com a sua mulher, interpretada por Emily Blunt.

A realização de Benny Safdie, conhecido pela intensidade de filmes como "Good Time" e "Diamante Bruto", foi distinguida com o Leão de Prata para Melhor Realização em Veneza.

A sua abordagem confere ao filme uma atmosfera claustrofóbica e um realismo brutal, filmando os corpos como "paisagens em ruínas" e a dor como um "close-up inevitável".

As críticas destacam que, embora o filme se divida entre o drama íntimo e as cenas de luta, consegue apresentar um retrato cru e comovente de um "gigante que chora sozinho no balneário". Mais do que um filme sobre MMA, é uma exploração da masculinidade em colapso e da fragilidade humana por trás do mito do campeão invencível, provando que Dwayne Johnson consegue ser mais do que músculo e carisma.