A 23.ª edição do Doclisboa iniciou-se, reafirmando o seu estatuto como um dos principais festivais de cinema documental, com uma programação de mais de 200 filmes de 50 países. A abertura do evento foi marcada por uma forte componente política, com a exibição de "With Hasan in Gaza", do realizador Kamal Aljafari, refletindo sobre a atualidade na Faixa de Gaza a partir de imagens de arquivo. O festival, que decorre entre 16 e 26 de outubro, destaca-se pela diversidade de temas e pela forte presença da produção nacional, com mais de 30 filmes portugueses em exibição. A escolha do filme de abertura, que exalta os gestos e a vida quotidiana em Gaza como forma de resistência, sublinha a vocação do Doclisboa para abordar questões globais urgentes. Kamal Aljafari, em entrevista, descreveu o seu trabalho como um filme contra a guerra e as armas de ambos os lados, focando-se no valor da memória.
Outro dos grandes destaques da programação é o documentário "It’s Never Over, Jeff Buckley", de Amy Berg, que mergulha na vida e na voz do icónico músico, explorando a sua genialidade e tragédia.
A retrospetiva deste ano é dedicada a William Greaves, um realizador que se destacou como uma voz da comunidade negra americana.
A programação inclui ainda obras sobre figuras como David Lynch e o Teatro da Cornucópia, e explora narrativas de diferentes cantos do mundo, desde a Jordânia a Angola, consolidando o festival como um espaço de descoberta e reflexão crítica sobre a contemporaneidade.
Em resumoO Doclisboa 2025 consolida a sua importância no panorama cultural ao apresentar uma programação vasta e pertinente, que vai do conflito em Gaza à vida de ícones musicais como Jeff Buckley. O festival serve como uma plataforma crucial para o cinema documental, promovendo o diálogo sobre temas sociais e políticos e dando visibilidade à produção cinematográfica nacional e internacional.