O filme, que foi premiado no Festival de Cannes, onde a atriz Cleo Diára venceu um prémio de representação, propõe uma reflexão crítica sobre a Guiné-Bissau, o neocolonialismo e a identidade europeia.

A obra, com quase quatro horas de duração, é descrita como um “documentário da ficção” que mergulha na complexa realidade guineense.

A narrativa acompanha Sérgio, um engenheiro português que chega ao país para uma missão profissional, e Diára, uma mulher africana que se torna o garante da transformação do seu mundo.

O filme explora as tensões entre política e desejo, oferecendo um olhar político e humano sobre a representação do chamado Sul Global.

Além do prémio em Cannes, o filme foi também distinguido com o prémio principal na secção Ponto de Encontro do Festival de Valladolid, dedicada a “ficções que oferecem um diálogo aberto com os espectadores”.

A sua estreia em Portugal permite ao público nacional contactar com uma obra que, segundo os artigos, se destaca pela sua ambição e profundidade, crescendo à medida que se desenvolve e desafiando as convenções narrativas.

A chegada às salas de cinema é um acontecimento importante para o cinema de autor português, trazendo para o grande ecrã uma visão arrojada e politicamente consciente.